Diagnóstico precoce ajuda na cura contra a doença

Manchas brancas ou avermelhadas na pele com perda de sensibilidade podem ser diagnosticadas como hanseníase. O Dia da luta contra a doença foi celebrado no último domingo de janeiro (28). A campanha ficou conhecida como Janeiro Roxo e reforça o compromisso de controlar a hanseníase, promover o diagnóstico e o tratamento, além de prestar informações e acabar com preconceito com os portadores da doença.

Para saber mais sobre a hanseníase, o Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF), entrevistou a dermatologista, Dra. Claudia Porto.

O que é a Hanseníase?

R: A Hanseníase é uma doença infecto-contagiosa, de evolução lenta, que se manifesta principalmente através de sinais e sintomas dermatoneurológicos, ou seja, surgimento de lesões na pele e nos nervos periféricos. A Hanseníase é causada pelo Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen. O Mycobacterium leprae tem alta infectividade e baixa patogenicidade, isto é infecta muitas pessoas no entanto só poucas adoecem.

Existe mais de um tipo?

R: A Hanseniase pode se apresentar por 3 formas clínicas: multibacilar, paucibacilar e forma neural pura. 

Quais as causas da Hanseníase?

R: A hanseníase é causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, um parasita intracelular que tem uma afinidade especial pelas células da pele e células nervosas. Os pacientes infectados eliminam os bacilos através das secreções nasais, gotículas da fala, da tosse ou do espirro. Os pacientes já tratados e que receberam alta não transmitem mais o bacilo e aqueles em tratamento regular já não o fazem desde as primeiras doses da medicação. Embora transmissível, a Hanseníase não é uma doença de alta contagiosidade.

Tem algum dado de quantas pessoas possuem a doença no Brasil?

R: O Brasil registrou mais de 26 mil novos casos de Hanseníase em 2016, conforme dados do Ministério da Saúde. Lamentavelmente o Brasil ocupa o segundo lugar mundial em casos de Hanseníase, perdendo apenas para Índia. 

Como ocorre a transmissão da doença?

R: Os pacientes infectados eliminam os bacilos através das secreções nasais, gotículas da fala, da tosse ou do espirro. Existe a necessidade de um contato íntimo e prolongado, ou seja, residir na mesma casa, trabalhar por anos no mesmo local. 

Quais os grupos de risco?

R: Os contatos domiciliares dos pacientes portadores de Hanseníase apresentam um risco maior de adoecer, pela convivência prolongada. O exame clínico desse grupo de pessoas é uma das atividades fundamentais para o controle da doença

Quais os sintomas?

R: A maioria das pessoas que entra em contato com o bacilo não desenvolve a Hanseníase. O período de incubação da doença é extremamente prolongado e variável, indo de alguns meses a alguns anos.  Nos indivíduos que contraem a doença, os sinais e sintomas principais são: manchas na pele, sensação de formigamento nos membros superiores e/ou inferiores, alteração da sensibilidade térmica, à dor e ao tato, ausência da secreção de suor nessas áreas; caroços e placas em qualquer local do corpo e diminuição da força muscular.

Existe cura para a doença?

R: Sim, com certeza. Após a realização do diagnóstico inicia-se o tratamento especifico, conhecido como poliquimioterapia. 

Qual o tratamento?

R: O tratamento da Hanseníase é realizado com a associação de duas ou três medicações, conhecidas como poliquimioterapia, que devem ser mantida por seis meses a um ano, a depender da forma clínica do paciente. O tratamento é fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Como prevenir?

R: A melhor maneira de prevenção a Hanseníase é levar os familiares e pessoas próximas a um doente a fazerem um exame preventivo. A fisioterapia motora é uma eficiente contribuição à prevenção das incapacidades causadas pela Hanseníase. A aplicação da vacina BCG, uma vacina que faz parte do calendário de vacinação infantil, ajuda a proteger contra a Hanseníase. Quando uma pessoa em um domicílio tem Hanseníase, todos os moradores devem procurar o posto de saúde para exame clínico e aplicação desta vacina. 

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