Distrito Federal inaugura Residência Médica em Acupuntura

Os médicos interessados em se especializar em Acupuntura têm agora a opção de realizar a Residência Médica na capital federal.O médico Fernando Genschow supervisiona a primeira Residência Médica em Acupuntura de Brasília, no Hospital de Base do Distrito Federal. Registrado como especialista em Medicina Interna, Homeopatia e Acupuntura, o médico falou ao Conselho Regional de Medicina sobre a especialidade médica Acupuntura e sobre o novo programa de Residência Médica do Distrito Federal.
Como o senhor avalia o trabalho que está sendo realizado na 1ª residência médica em acupuntura no Distrito Federal?
Eu avalio como um marco importantíssimo para a medicina no DF porque agora nós temos juntamente com os outros programas de residência médica o oferecimento desta especialização disponível para os médicos recém-formados por meio de um programa, que abrange estudos aprofundados e detalhados e um aprendizado da execução dos procedimentos de acupuntura de maneira intensiva e supervisionada.
Qual é o número de vagas, a forma de acesso e a duração do curso?
O acesso é direto por meio do concurso público para residência médica da Secretaria de Saúde do DF; são duas vagas por ano, com um programa com a duração de dois anos com 5,8 mil horas de aprendizado teórico e prático. 
Há expectativas para aumento do número de vagas?
Dependendo do interesse suscitado e da procura que possa haver dos médicos interessados, este número pode ser ampliado. 
Qual a importância da Acupuntura feita pelos médicos no Sistema Único de Saúde (SUS)?
É fundamental que todos os cidadãos tenham acesso livre aos tratamentos reconhecidos pelas autoridades de saúde do País, e o SUS com seus princípios básicos de universalidade, integralidade e equidade tem o dever constitucional de disponibilizar aos seus usuários o acesso democrático a um tratamento de Acupuntura seguro e de qualidade. 
Existem diferenças entre a prática da Acupuntura realizada no Brasil daquela praticada na China?
Existem pequenas diferenças mas, de um ponto de vista amplo, as semelhanças se sobrepõem a essas diferenças. Na China a prática da Acupuntura sempre foi exclusivamente realizada por médicos e nós entendemos que não há motivos para ser diferente aqui no Brasil. As mudanças estruturais e aceleradas pelas quais a China vem passando vem gradualmente tornando a prática milenar da Acupuntura na China numa atividade de embasamento científico e clínico. 
Ainda existe preconceito à Acupuntura dentro do meio médico?
Dentro do meio médico há cada vez menos preconceito, na medida em que os colegas vêm buscando cada vez mais conhecer e especializar-se nesta área. No momento, cerca de 6 mil médicos no Brasil já passaram por cursos de especialização, que se realizam em todas as unidades da federação além de 6 residências médicas que ocorrem nos estados de Pernambuco, São Paulo e Santa Catarina, além do Distrito Federal. Existem também disciplinas optativas sobre a Acupuntura em diversos cursos de graduação em medicina tanto em universidades públicas quanto em particulares. 
E fora do meio médico?
Pelo contrário. A cada dia a população procura mais os serviços de Acupuntura. Nos serviços públicos, a demanda reprimida é imensa, o que justificaria uma ampliação dos serviços de atendimento médico em Acupuntura no SUS pois trata-se de uma forma de terapia com baixo custo e alta eficiência, desde que desempenhada por profissionais com conhecimentos aprofundados em clínica e treinamento intensivo em procedimentos complexos e invasivos. 
Quantos atendimentos são feitos por ano no SUS?
Em 2007 atingiu-se a marca de 400 mil atendimentos realizados por médicos especialistas. Este ainda é um número pequeno frente a grande procura da população por esse tipo de tratamento. 
Quais são as indicações para um tratamento por Acupuntura?
Por ser um método primariamente de estimulação neural com conseqüências imediatas endócrinas, humorais e imunológicas suas indicações clínicas são: o controle da dor crônica, tratamento de lesões músculo-esqueléticas, recuperação de lesões neuronais periféricas, tratamento de seqüelas de acidente vascular cerebral (AVC), regulação do funcionamento autonômico dos órgãos internos, alguns tipos de alergias, determinadas formas de distúrbios depressivos e ansiosos, transtornos psicossomáticos dentre outros. 
O senhor acha que a Acupuntura pode substituir a medicina convencional?
De forma alguma. A Acupuntura está integrada à prática da medicina contemporânea e necessita indispensavelmente de seus conhecimentos e avanços; o uso da Acupuntura nos dias de hoje pode estar associado ou não a outros tratamentos dependendo do diagnóstico que foi feito. Há situações em que a Acupuntura é o tratamento de escolha e não necessita de outro complementar. Em outros casos, o uso conjunto com outras terapêuticas está indicado e em algumas situações não há nenhuma indicação de tratamento por Acupuntura. Por isso é indispensável o diagnóstico nosológico para se decidir sobre o tratamento de Acupuntura.
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