CRM-DF mostra preocupação com a saúde dos médicos do Distrito Federal

No Dia do Médico, celebrado em 18 de outubro, o Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) destaca uma preocupação crucial no cenário atual da medicina, no qual profissionais de saúde, tanto médicas quanto médicos, têm enfrentado desafios relacionados ao esgotamento profissional e se tornado vítimas de violência em seus locais de trabalho.

Essa problemática torna-se evidente quando observamos o número de licenças médicas emitidas pelos profissionais na rede pública de saúde. Em 2022, entre os 5.094 médicos atualmente ativos na Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), foram registrados 8.163 pedidos de atestados médicos, o que representa a média de 1,6 licenças por médico ativo.

O tratamento de transtornos mentais e comportamentais emergiu como uma das principais razões para o afastamento de profissionais de saúde, com destaque para uma concentração significativa de licenças entre servidores situados na faixa etária de 38 a 47 anos. Esses dados provêm de um relatório elaborado pela Gerência de Produção e Informação em Saúde, da Secretaria de Estado De Planejamento, Orçamento e Administração do Distrito Federal (Seplad), abrangendo os servidores da SES-DF.

A saúde dos médicos no Distrito Federal é um fator de extrema importância para garantir a qualidade dos serviços de saúde prestados à população. Investir no bem-estar e na saúde dos médicos não só beneficia esses profissionais, mas também impacta positivamente os pacientes e o sistema de saúde como um todo.

Segundo a Dra. Lívia Vanessa Ribeiro Gomes Pansera, presidente do CRM-DF, é fundamental que as instituições de saúde e as autoridades tomem medidas para apoiar os profissionais, com condições de trabalho dignas, suporte profissional e um ambiente mais humanístico.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, resulta do estresse crônico no local de trabalho que não foi adequadamente gerenciado. Desde janeiro de 2022, a doença passou a integrar a lista de enfermidades ocupacionais relacionadas ao trabalho.

Violência

Agressões e abusos têm se tornado recorrentes nos últimos anos, principalmente nas emergências de hospitais, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Distrito Federal. Apenas no primeiro semestre de 2023, dados da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) apontam que, em comparação com o mesmo período do ano anterior, os casos de agressão contra médicos registrados na Polícia Civil do DF aumentaram de 54 para 61.

Um exemplo de violência registrado em 2022 envolveu uma médica pediatra no Hospital Regional de Santa Maria. A profissional estava de plantão quando foi atingida com um monitor por uma mãe de paciente, que estava nervosa devido à demora no atendimento na unidade de saúde. Na ocasião, a médica fraturou o punho e precisou engessar o braço.

Para apoiar esses trabalhadores, o CRM-DF criou o canal SOS Médicos, que oferece suporte em questões como agressão verbal ou física, assédio moral e sexual, ou situações que envolvam ordens de prisão no serviço. Desde sua criação em 2022, o canal já atendeu mais de 20 profissionais. O canal é administrado pela assessoria jurídica da autarquia que acolhe esses médicos e orienta como devem proceder após sofre qualquer tipo de violência.