O CRM-DF visitou o Hospital Regional de Ceilândia (HRC) nesta terça-feira (14), após receber denúncias de médicos, que atuam na unidade de saúde, sobre a dificuldade de acesso a leitos de UTI, falha no processo de triagem, faltam insumos, exames e medicamentos, além do déficit de material para higienização.

O número de casos de infectados pela Covid-19 tem aumentado exponencialmente na Região Administrativa de Ceilândia, por isso, o HRC se tornou referência para pacientes sintomáticos respiratórios da Regional de Saúde Oeste no dia 6 de junho, atendendo exclusivamente, em seu pronto socorro e enfermarias de internação de clínica médica, os casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2).

A equipe de fiscalização do Conselho esteve na unidade de saúde e constatou que o fluxo de atendimento no hospital tem ocorrido de maneira correta, mas que por escassez de mão de obra médica, os pacientes classificados como amarelos, de demanda espontânea, são referenciados à UPA de Ceilândia.

No dia 13 de julho, um hospital acoplado ao antigo prédio do HRC, denominado de Ala 2, foi construído com 73 leitos de clínica médica, 1 sala para estabilização, 3 postos de enfermagem, copa, sala administrativa e farmácia. Todos os leitos possuem ponto de oxigênio e ar comprimido, interligado à rede de gases medicinais do prédio antigo. A Ala 2 é destinada aos pacientes com critérios de menor gravidade ou em fase de desospitalização.

Embora tenha ocorrido ganho físico e estrutural no número de leitos, o HRC ainda precisa de recursos humanos para a sua plena operacionalização. Tem ocorrido um aumento no absenteísmo e afastamento legal (inclusive por contaminação pelo novo coronavírus ou por causas psiquiátricas) na equipe médica e de enfermagem. A superintendência regional conseguiu, junto à Secretaria de Estado de Saúde (SES-DF), ampliar a carga horária de servidores enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas de 20 para 40 horas semanais. Há expectativa de que o mesmo ocorra para farmacêuticos, técnicos e colaboradores de farmácia.

A SES-DF também realizou a contratação temporária de 7 médicos, por 6 meses, prorrogáveis por mais 6 meses. A força de trabalho demandada pela direção do HRC era de 28 profissionais. Segundo os servidores, o Instituto de Gestão de Saúde do Distrito Federal (IGES) deve disponibilizar, ainda esta semana, cerca de mais 11 médicos (totalizando 18 profissionais), o que garantirá a possibilidade de ocupação de até 50 dos 73 novos leitos criados na Ala 2 (hoje operam apenas 30 leitos). O dimensionamento planejado para a equipe médica é de pelo menos 2 profissionais para evolução e prescrição médica, na visita matinal, 1 plantonista à tarde e 1 plantonista à noite para admissão (se houver) e condução de intercorrências.

Segundo a gestão do HRC, o grande problema atual é o déficit de carga horária médica. Os salários iniciais ofertados pela SES/DF são pouco atrativos, não havendo estímulo para a ampliação de carga horária dos médicos já contratados ou submissão a incremento salarial por Trabalho em Período Definido (TPD).

Na fiscalização não foi encontrada a falta ou desabastecimento de equipamentos de proteção individual (EPI) ou demais insumos em geral. Houve, inclusive, aumento no aporte financeiro por verbas parlamentares e aumento no limite de gastos por código de item ou insumo médico. Entretanto, algumas medicações tem tido a sua oferta no mercado farmacêutico reduzida (em virtude da alta demanda nacional), podendo-se citar entre eles bloqueadores neuromusculares, analgésicos opioides ou benzodiazepínicos utilizados na seqüência de intubação ou para sedação.

A nova Ala 2 (hospital acoplado) foi inaugurada sem a entrega de dispensadores de preparação alcoólica a 70%. A superintendência e direção do HRC já estão providenciando a sua instalação nos corredores, enfermarias, portas e postos de enfermagem.

O HRC tem conseguido suprir a demanda pela realização de tomografia computadorizada e testagem dos seus pacientes (coleta de swab respiratório), que são processados pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (LACEN). Segundo a direção do HRC, nas últimas semanas faltaram testes rápidos para a testagem de seus servidores. Novas aquisições de testes rápidos são feitas pela SES e repassadas periodicamente aos hospitais regionais.

O CRM-DF vai solicitar as melhorias nos problemas encontrados a SES-DF e continuará acompanhando as modificações no hospital para que os pacientes sejam atendidos tenham um atendimento digno e de qualidade e que os médicos tenham condições de trabalho.

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