O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal concluiu nesta sexta-feira (14), os relatórios das vistorias realizadas no Hospital de Campanha Centro Brasília (HCamp Centro) e no Hospital de Campanha do Gama (HCamp Gama). As fiscalizações foram demandadas pela diretoria do Conselho, com o objetivo de verificar se as unidades estão adequadas para à assistência de pacientes suspeitos ou confirmados de infecção pelo coronavírus (SARS-CoV2), como parte das políticas públicas de enfrentamento à pandemia COVID-19.
O Hospital de Campanha do Autódromo (HCamp Centro) foi inaugurado hoje, com 100 leitos de cuidados intermediários (UCI). Esse é o segundo dos três novos hospitais de campanha prometidos pelo Palácio do Buriti. Há uma semana, foi instalada a unidade de saúde no Gama.
A equipe de fiscalização do CRM-DF foi recebida, na quarta-feira (12), pela administração do hospital. As obras já se encontravam concluídas, incluindo usina concentradora de oxigênio medicinal, sistema de filtragem do ar com pressão negativa, gerador de energia elétrica e estação de pré tratamento de esgoto (antes da sua liberação na rede comum). Na ocasião, o HCamp Centro ainda estava sem mobília hospitalar instalada, sem instrumentos para radiologia, farmácia e laboratório.
Os pacientes deverão começar a chegar na unidade de saúde somente na segunda-feira (17). Serão ofertados à população em geral, mais 100 leitos de cuidados intermediários. A estrutura física do H Camp Centro é similar ao HCamp Gama, com cinco enfermeiras (cada uma delas com 20 leitos), salas para admissão/estabilização de pacientes, salas administrativas, conforto médico, vestiários, refeitório, laboratório, farmácia, câmara fria (para guarda de corpos em óbito) e sala para exames de imagem (incluindo tomografia computadorizada, ecógrafo e radiografia simples portátil digital). Todos os leitos serão dialíticos.
HCamp Gama
A unidade de saúde foi vistoria pelo CRM-DF na última segunda-feira (10), três dias após ser inaugurado. O contrato da Secretaria de Saúde do DF com a empresa MEDIALL BRASIL S/A, responsável pelo contrato de atuação, prevê a abertura de 300 leitos de Unidade de Cuidados Intermediários (UCI), dos quais, 100 leitos já se encontram operacionais no HCamp do Gama.
Na oportunidade, foi constatado que o Hospital conta com cinco enfermarias (cada uma delas com 20 leitos), salas administrativas, conforto médico, vestiários, refeitório, laboratório e sala para exames de imagem (incluindo tomografia computadorizada, ecógrafo e radiografia simples portátil digital). Todos os leitos, segundo a engenharia clínica, são dialíticos. Há um dimensionamento adequado de carrinhos de emergência, ventiladores e monitores multiparamêtricos para transporte pré-hospitalar.
Segundo os profissionais de saúde que atuam no local, todas as equipes multiprofissionais encontram-se imunizadas contra COVID-19 e há abastecimento adequado de equipamentos de proteção individual (EPI), ainda que de forma racionalizada, como em todo país.
A equipe médica também relatou que o grande desafio enfrentado até o momento, tem sido a pressão por internações simultâneas (dois a três pacientes no mesmo momento) e a admissão de casos graves, avançados (mal prognóstico) ou em estágio inicial de tratamento, sem critérios de elegibilidade para uma UCI, cuja vocação seria para internação de egressos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Casos mais graves, demandam estrutura hospitalar terceirizada e grande número de interconsultas ou parecer de especialistas.
Conclusão
Apesar dos desafios expostos, o CRM-DF entende que ambos os Hospitais de Campanha vistoriados apresentam uma estrutura excelente, entretanto, são preparados apenas para leitos intermediários. A pressão pela remobilização de leitos de UTI na rede SES/DF, tem gerado a admissão de casos graves, avançados (mal prognóstico) ou em estágio inicial de tratamento, sem critérios de elegibilidade para uma UCI, cuja vocação seria somente para internação de egressos da UTI. Sendo assim, o complexo regulador será decisivo para organizar o fluxo ideal de pacientes, nessa fase crítica da pandemia.