Na tarde desta terça-feira (16), o Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) realizou uma coletiva de imprensa para apresentar os resultados das fiscalizações realizadas pelo Conselho nas unidades de saúde, além dos relatos que têm recebido dos médicos que atuam na linha de frente contra a Covid-19.

O presidente do Conselho, Farid Buitrago Sánchez, explicou o quanto as equipes estão sobrecarregadas. “Todos os profissionais estão pedindo socorro nas diferentes unidades. Não estão conseguindo atender toda a demanda. Os gestores também têm dificuldade em fechar as escalas de plantão, pois há a carência de profissionais habilitados para atender pacientes com Covid-19”. Ele acrescentou que está sendo preciso deslocar profissionais de outras áreas e que não possuem experiência necessária para o atendimento aos infectados pelo Sars-Cov-2. “As equipes estão exaustas. Muitos profissionais acometidos pela Síndrome de Burnout. As pessoas estão ficando doentes pelo excesso de trabalho”, afirmou Farid Buitrago.

Outro ponto abordado na coletiva foi a falta de leitos. “Houve um desmonte de leitos que tínhamos no passado. Isso faz com que os pacientes fiquem aglomerados em diferentes prontos-socorros. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) deveria ter feito um planejamento prevendo que teríamos uma segunda onda, muito pior do que a primeira, com maior acometimento dos pacientes e maior risco de mortalidade”. O presidente do CRM-DF também criticou a falta de transparência da SES-DF com o uso de recursos federais para a abertura de novos leitos.

Com essa superlotação, também chega ao Conselho relatos de improvisos no atendimento, como o uso balões de oxigênio para mais de um paciente, além de compartilhamento de espaços muito próximos uns dos outros. Segundo Farid, isso aumenta o risco de contaminações, não só de Covid-19, mas de outras infecções.

Os médicos também estão preocupados com o baixo estoque de medicamentos, como sedativos e antibióticos. O cenário ainda não é o de ter que intubar pacientes sem sedação, mas já é necessário utilizar fármacos que não são os mais adequados para o procedimento.

O presidente do CRM-DF contou, ainda, que as situações mais críticas estão no Hospital Regional de Taguatinga (HRT) e Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). “Temos relatos de médicos atendendo de 30 a 40 pacientes”.

Uma sugestão mencionada seria a parceria com as instituições privadas para a abertura de novos leitos. Também é necessário ampliar a testagem da população, das pessoas sintomáticas e dos contactantes delas.

Por fim, Farid explicou que, após as fiscalizações, são enviados relatórios com os detalhes à SES-DF e aos gestores de cada unidade, para que as falhas sejam corrigidas. “Estamos à disposição da Secretaria para encontrar melhores caminhos para todos. Vemos que estão colocando em prática ações positivas, mas podemos melhorar muito mais”.

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