O Distrito Federal possui 5,87 leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para cada 10 mil habitantes. Esse número é maior do que o preconizado pelo Ministério da Saúde: de 1 a 3 para cada 10 mil pessoas.

Porém, a distribuição é desigual entre o sistema de saúde público e o privado. Dos 1.771 leitos de UTIs do DF, 356 são disponibilizados pelo SUS, enquanto 1.415 são da rede particular. Assim, são 15,6 leitos privados para 10 mil habitantes e 1,18 públicos para a mesma quantidade de pessoas.

Esse cenário foi revelado por um levantamento dos leitos de UTIs desde o ano de 2011 até junho de 2020. A pesquisa foi realizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) junto com os Conselhos Regionais de Medicina (CRMs).

Todavia, a desigualdade não surgiu em 2020, com a pandemia. Os leitos do SUS sofreram uma queda durante a última década. Em 2011, eram 418. Já em 2015, reduziram para 297. Nos últimos anos, chegaram aos atuais 356.

Nos leitos privados, o aumento foi constante: em 2011, eram 549; em 2015, 802; e em junho de 2020, 1.415.

Com a chegada da Covid-19 ao Brasil, o aumento também não foi o mesmo para os dois sistemas de saúde. Em janeiro, o SUS disponibilizava 344 leitos. Em junho, já próximo ao pico da pandemia, o total era de 356.

A rede particular contava com 972 leitos, em janeiro. Em junho, a quantidade aumentou para 1.415.

Preocupação com o atendimento a outras doenças

O levantamento também abordou os legados da pandemia no sistema de saúde brasileiro. Apesar do aumento de 45% no número de leitos em todo o país, com 21 mil unidades a mais no sistema público e privado, cerca de 20 mil deles são destinados apenas aos pacientes infectados pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2).

Por isso, há a preocupação da desassistência a pacientes com outras doenças. Estima-se que 20% dos novos leitos do SUS, para Covid-19, estão nos hospitais de campanha, que serão desativados após a pandemia. Assim, os benefícios do ganho em unidades de UTIs não se manterão nos próximos anos.

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